sábado, 23 de abril de 2011

Primeira grande paixão


Depois do R., não sei se posso dizer que tenhas sido o meu primeiro amor. Talvez tenhas sido um amor diferente, foste, sem dúvida, a minha grande e primeira paixão de adolescência.
Depois de tanto tempo a vida quis voltar a cruzar os nossos caminhos. Quase sem nos darmos conta, estávamos novamente sentados à mesma mesa. Veio-me à memória o que passei por gostar de ti. E como gostava de ti! Como! Gosh! Quase nem consigo acreditar no quanto e como gostei de ti, hoje em dia.
Mas gostei. Tanto mas tanto de ti. Foste o primeiro de quem gostei mesmo à séria. 
Um amor que quase se confundiu com obsessão talvez.
E naquela mesa, no café que por acaso tomámos juntos, entre amigos, relembrei o quanto nos dávamos bem e, quem sabe, o que me fez tanto gostar de ti. Impressionante as voltas que a vida dá. Há coisas que não mudam nunca, nem nunca vão mudar. 
Foi, como sempre entre nós, uma conversa aberta, sincera e sem quaisquer palavras encobertas, tudo claro, as cartas todas em cima da mesa. Apesar de tudo, saber que signifiquei algo para ti foi importante para mim... hoje sei que não te fui tão indiferente quanto pensava. Hoje em dia, quem sabe, ainda estaríamos juntos e bem (como sempre nos demos e entendemos tão facilmente) como tu próprio disseste não fossemos nós os dois tão orgulhosos e teimosos (e parecidos nestas coisas) que não dêmos o braço a torcer nem aproveitámos. Mas éramos umas autenticas crianças e hoje está visto que há muita coisa que nos separa em termos de objectivos e formas de ver a vida, como sempre, aliás. Mesmo havendo ainda tantas outras que partilhamos e acho que nos aproximarão sempre e farão com que sempre que nos encontremos tenhamos uma química especial de gargalhadas e entendimento.
Continuas a pessoa genuína acima de tudo e sei que, com ninguém, tenho uma facilidade em falar aberta e claramente como faço contigo. Foi bom saber que estás bem, ouvir que há coisas que mudaram, mas perceber que muitas outras nunca mudarão e dar-me conta de como crescemos e do que foi o que tivemos, não para mim, porque achava que sabia (embora tenha ficado muito mais esclarecida ao estar frente a frente contigo), mas para ti, que julgava ter sido outra coisa (ou melhor, não ter sido nada) e foi bom saber que percebeste o que perdeste.
Dar-nos-emos bem como sempre demos, penso que seremos, ainda daqui a muitos anos, bons amigos e isso é importante. Afinal, já lá vão, segundo as nossas contas, nove anos. Não me lembro de conhecer muita gente há tanto tempo como te conheço a ti. E sei que te conheço bem melhor que muita gente com quem convives todos os dias e isso é que é amizade. Porque sempre que nos encontremos, por escassos momentos que sejam os que estivermos juntos, teremos sempre a ligação e entender-nos-emos sempre tão bem (e isto é algo raro)!


No final de contas, tivemos um final feliz: somos bons amigos, apesar de tudo!
Não posso dizer que me sejas indiferente e que não mexas ainda comigo, esse teu sorriso não mudou nada. Mas é óptima a sensação de uma espécie de controlo e poder que ganhei com os anos e saber que me és indiferente porque o que senti um dia por ti não se compara ao amor verdadeiro que, apenas com o R., descobri.
É impressionante o que a vida nos ensina e como, de verdade, o tempo, se não cura tudo, ajuda imenso.

1 comentário:

Obrigada pelas tuas palavras!

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