segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A tempestade que vai dentro de mim



Já devia estar na cama. A semana será longa e amanhã tenho de estar de pé às 8h. Vou, pela primeira vez, ao Banco Alimentar, voluntariado. Está muito vento lá fora e a minha cama já chama por mim, quente e confortável como só ela. A ventania começa a fazer-se sentir também cá dentro do peito. Tenho-me andado a aguentar bem mas agora, hoje, a esta hora, à noite, está a voltar o aperto no peito, o nó na garganta e quase me molha os olhos.
Acho que tenho mesmo de ir dormir senão a tristeza tomará conta de mim de novo como este vento que pega em tudo o que lhe aparece à frente com a fúria de um vendaval e destrói tudo o que possa ter sido posto de pé. 


Estou triste com em relação ao F. Ontem e hoje mal falámos. Ele está de fim de semana muito ocupado. Continua a ser o mesmo anormal para mim que, ao estarmos longe, só piora, por isso recuso-me também a puxar por ele. Somos ambos assim, faz parte. Ontem nem me disse nada antes de se deitar como sempre faz, esta manhã disse-me que não mandou mensagem para não me acordar e pediu desculpa. Hoje, ao fim da tarde disse-me "Estou num dia não", eu não perdi oportunidade para gozar com a frase mas ele respondeu que o dia lhes estava a correr muito mal e que quando chegasse a casa, à noite, me ligava para falarmos. Há pouco, já passava da meia noite, mandou-me mensagem a dizer que tinha chegado a casa mas que só queria adormecer depressa e que falávamos amanhã.


Quer me parecer que daí não vem coisa boa, alguma coisa se passou e, para ele me ter dito aquilo, não pode ser bom.
Mas recuso-me a pensar sobre isso. Se quiser contar, conte, já o pus mais do que à vontade quanto a isso e sabe perfeitamente que pode falar comigo. Se não quiser contar, não conte. Já tenho problemas meus que cheguem e sobrem, não preciso de arranjar mais dos outros. Mas não consigo, para já, neste momento pelo menos, deixar de estar triste por esta situação.


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