sexta-feira, 12 de junho de 2015

Ontem tive de volta o meu anel (dele)

Há um ano e meio, no Natal, o G. fez-me uma surpresa deliciosa oferecendo-me um anel banhado a ouro amarelo e branco, com dois corações entrelaçados e com cristais Swarovski, que me conquistou.
Era original, elegante, clássico e moderno e foi uma escolha só sua, que espelhava a dedicação e o carinho com que tinha decidido oferecer-mo. Eu não estava à espera daquela prenda tão especial e fiquei radiante.
Usei-o como se fosse anel de noivado, no anelar da mão esquerda. Talvez não tenha sido a opção certa mas apesar de não ser um verdadeiro anel de noivado, não era também um anel de compromisso e lembro-me de ele ter mencionado o quanto gostaria que ele ocupasse o lugar do anel de noivado que há-de vir.


Assim foi. Andou na minha mão, reluzente e cintilante, fazendo-me olhá-lo sempre, de quando em vez, com muita ternura. Tinha todo o cuidado com ele e tentei tratá-lo da melhor forma mas passados poucos meses estava completamente corroído internamente chegando a deixar-me o dedo negro.
Fomos a uma loja, afinal passara tão pouco tempo desde a aquisição e aquilo não era normal nem admissível acontecer. Disseram-nos que a culpa era minha, mau uso meu e que nada podiam fazer.
Vim para casa desgostosa, durante meses odiei aquela marca e chorei o meu lindo anel. Apesar de não me importar com o aspecto, uma vez que era interior, não perturbaria o seu uso mas tinha atingido tal corrosão que me manchava a pele e, por isso, decidi deixar de usá-lo.
Eu tinha tido imenso cuidado com ele, tirava-o constantemente para não apanhar água, não o raspava contra as coisas, não usava cremes nem produtos químicos, era o menino dos meus olhos, tudo o que eu mais queria era preservá-lo.
Apesar da corrosão e desgaste feios internos, ele continuava brilhante e não tinha perdido nenhum dos cristais, estava impecável.
Mas ficou fechado numa gaveta durante meses, dado por perdido porque "não se podia fazer nada". 
Houve um dia, não sei por que razão, em que decidi procurar a factura e ver se ainda estava dentro da garantia. E estava.
Como tinha aprendido, dentro da garantia teriam de me resolver a situação e fui à marca directamente exigir que o mandassem para reparação.
Disseram-me logo, explicando várias e repetidas vezes, como se eu fosse muito burra, dificilmente seria reparado porque o banho de ouro corroído não poderia ser dado novamente.
Além disso, aquela peça tinha sido descontinuada e não existia igual. Ainda assim insisti e pedi que o mandassem para avaliação porque assim poderia ter uma opinião e porque era responsabilidade da marca apresentar-me uma alternativa.
Aí sim, depois de ter insistido me disseram que a solução que poderia ser apresentada seria a troca daquele anel por um outro de igual valor ou superior (devendo eu pagar a diferença).
Só depois de tudo isto me foi apresentada aquela alternativa.
Se mo tivessem feito devidamente naquela primeira vez em que me dirigi à loja, talvez ainda fosse a tempo de ter um igual novo mas a incompetência não tem limites e por ela paguei eu.

Passaram-se três semanas e hoje recebi um telefonema a dizer-me que o meu anel estava de volta à loja onde o tinha entregue para reparação e que poderia levantá-lo. Não tinha sido reparado, tal como tinham previsto e a solução que me foi apresentada foi a troca daquele danificado por um outro que existisse na loja.
Fiz questão de passar lá ainda hoje, apesar de me terem ligado perto das 18h e eu ter acabado de chegar a casa, vinda do centro comercial onde a loja está, onde passei a tarde.

Depois das 19h lá fomos nós. Eu já adivinhava a resposta mas resolvi arriscar o pedido e perguntei se para trocar tinha de deixar o meu anel danificado na loja. Desde que me ligaram que pensava nisso.
Claro que tinha de lá deixar o antigo, com muita pena minha e agora, só de pensar, dá-me um apertozinho na barriga. Provavelmente será desfeito, para poder ser reaproveitado o seu material. 
Aquele anel que tanto amor e significado para mim transportava provavelmente será destruído e isso dá-me pena. Afinal, foi um presente muito especial do meu amor.

 


Ele escolheu outro e eu vim para casa muito feliz e contente. Embora não queira esquecer o meu anel querido, o primeiro que ele me deu, tão especial, que ficará no meu coração. 
O novo é lindo (mas não tão original) e já conquistou o seu lugar...mas sempre que olhar para ele irei recordar o primeiro.

7 comentários:

  1. detesto quando estas coisas acontecem. Eu torno-me apegada às coisas muito facilmente quando gosto mesmo delas e têm um significado especial.

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    1. Ui, eu fiquei ressabiada com a situação e já tinha dado a batalha por perdida. Passou-se quase um ano desde que o deixei de usar até decidir que alguma coisa tinham de fazer e voltar à loja. Apesar de não ter ficado com o anel, substituiram-no, o que já é uma solução.
      Eu fiquei mesmo triste por ter de abandonar aquele anel tão especial mas não o usava por isso, não servia de muito ficar com ele. Ainda perguntei se podia mas para fazerem a troca tinha de deixar lá o antigo.
      Beijinhos

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  2. É mesmo assim, habituas-te a olhar para o novo com o mesmo carinho com que olhavas para o primeiro (anel) :)

    S.

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    1. É assim por ser especial e ter muito significado :)
      beijinhos

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  3. Que chatice, uma pessoa apega-se às coisas com enorme valor sentimental. Mas não te importes, o significado está lá, vais apegar-te a este tal e qual :)

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Obrigada pelas tuas palavras!

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