sábado, 22 de outubro de 2011

As quintas-feira


Quinta-feira parece que passará a ser dia de noite fora de casa, repetiu-se, uma semana depois em casa do meu amigo (D.). Desta vez fui cozinheira de serviço e, apesar de ter demorado mais do que 5min (a aquecer as pizzas congeladas), acho que fiquei aprovada e todos gostaram. O F. de vez em quando ia lá espreitar, ficava a ver como é que eu fazia as coisas, como me mexia na cozinha e roubava-me um beijo ou fazia-me uma festa.
Desta vez foi melhor porque não tive aulas hoje então pude dormir até mais tarde e levantar sem horas e fazer tudo nas calmas para então regressar a Lisboa.


Ao princípio éramos muitos - até nem era para ser nesta casa mas os planos foram alterados à última da hora, era para ser mesmo em Lisboa - mas o pessoal cortou-se todo e acabámos por só lá dormir quatro como na segunda feira. Depois de jantar, lavar a loiça e ver uns vídeos, estendidos no sofá o sono já chegava.
Acabei por ir para o quarto pouco tempo depois de irmos para a sala todos. Adormeci nos braços do F. e dormi tão bem como há muito já não acontecia. Soube mesmo bem. 

Dá-me cabo do juízo, por vezes só me apetece espancá-lo com todas as minhas forças - consegue mesmo ser a pessoa mais estúpida e insuportável, presunçosa e arrogante à face da Terra, "mete nojo" - mas depois é capaz de ser de uma ternura e meiguice desconcertantes para comigo. E o que é melhor é que eu sinto sempre que ele é genuíno o tempo todo.


Viemos de autocarro para Lisboa por volta das 15h e viemos para a faculdade, eu e ele. Ele tinha uma reunião que, para nossa felicidade, da qual foi dispensado mesmo em cima da hora - ainda bem porque ele já estava atrasado, tinha ainda de andar um bocado e estávamos ambos cheios de fome. Ele pediu-me, na viagem de casa do nosso amigo, que comesse com ele. Eu aceitei, disse que não tinha hora para voltar para casa de fim de semana. Fomos comer uma francesinha "original", isto é, um pouco diferente mas muito boa a um sítio que ele conhecia e ofereceu-me o almoço/jantar (depois das 18h). Comemos com calma e ele apanhou o comboio às 20h. Eu vim para casa.


O G. quis que fosse sair com ele e com os amigos e que tinha muito para me contar sobre o seu dia mas eu só me apetecia (e apetece) enfiar-me no meu quarto o fim de semana todo para ver se recupero e acalmo o espírito. Há muito trabalho para fazer e hoje não fiz absolutamente nada. Vou dormir daqui a nada para amanha começar um dia de trabalho como deve ser ! Até estou entusiasmada, a ver é se o interesse se mantém amanhã quando der de caras com tudo o que tenho pela frente.


Também me convidou para ir tomar chá amanhã com ele e perguntou-me se queria fazer-lhe companhia a ver casas - não me parece mas logo decido. Ontem ele veio trazer-me umas vitaminas à hora de almoço (deu-mas) e eu paguei-lhe o almoço fazendo-lhe companhia ao pé de minha casa enquanto ele comeu (eu já tinha comido). Lamentou-se do trabalho e do que tem para fazer e tudo mais, pareceu-me um pouco desanimado e cansado mas, apesar de tudo, bem. Isso foi bom mas sinto que tenho de manter uma certa distância porque ele não o sabe medir e por sua vontade continuava a ver-me sempre e todos os dias... 

Tem-me mandado mensagens a dizer que lhe custa muito e sente muito a minha falta, que precisa da minha ajuda e conta-me o que faz no seu dia, como corre, etc. Eu não o consigo, acho que não faz muito sentido se o objectivo é nos afastarmos um pouco da vida um do outro. Além disso, não faz parte de mim, não tenho por hábito contar, a quem quer que seja, a minha vida - o que faço ou deixo de fazer, a que horas, com quem, porquê...etc. Mas, como é óbvio, quem vive comigo no dia a dia vai sabendo isto ou aquilo (que era o que acontecia connosco) mas nada de mais. Eu gosto que a minha vida seja assim e, com ele junto de mim (com a relação que tínhamos) não era possível manter essa minha "intimidade". Tive um namoro que acabou por ser assim, com o tempo e tenho família que quer sempre saber de mim e não é por mal que não conto tudo o que faço, é porque gosto de o manter para mim e para aquelas pessoas com quem o faço. É um "trabalho" diário e constante que faço para me manter assim e não quero sequer por isso em causa, não vou permitir que ninguém o altere.

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