segunda-feira, 3 de outubro de 2011

What's wrong with me?


Ontem voltei novamente a acabar a noite a chorar compulsivamente e sem conseguir parar por razões que eu própria desconheço e, portanto, não sou capaz de explicar. Aliás, já começa a ser programa habitual de todos os serões...
Sinto que voltei a estar numa situação em muito semelhante àquela em que fiquei quando terminei a minha relação com o R. Ora, eu pensava que isso tinha passado, estava ultrapassado e que não voltaria mais a "chatear-me" mas pelos vistos enganei-me. Não me refiro à pessoa em causa porque essa está mais que esquecida, já tive várias provas disso, mas sim ao facto de carregar uma dor interior, uma tristeza profunda me acompanhar sem que eu consiga perceber de onde é que ela vem e porque volta.
Bem, na verdade se calhar até sei mais ou menos. Eu sofri muito com tudo o que me aconteceu, existem fantasmas na minha vida familiar que me podem andar aqui a puxar os pés indirectamente e que me fazem ter lacunas de sentimentos que eu não consigo perceber logo. Depois ela volta, esta tristeza e angústia, todas as dúvidas, porque não está tratada, não curou.

A minha questão é: mas o que é que eu faço para isto passar? Como é que sei que passou? Será que demora muito? É que já não tenho muito mais forças para suportar tudo isto outra vez.


Quando conheci o G., pensei eu, estava a sair da fase em que fiquei quando terminei de vez a relação que tinha. Comecei a obrigar-me a sair de casa e estar com pessoas mesmo sem ter muita vontade - como, aliás, volta agora a acontecer mas tenho lutado por contrariar o desejo de passar o dia em casa, enfiada na cama a chorar como se não houvesse amanhã por "razão nenhuma" - e a ocupar a minha cabeça, a recusar-me pensar no passado depois de tanto ter chorado por ele e, a certa altura já podia falar dele - sem que tudo desabasse e não conseguisse sequer falar de tanto soluçar; já conseguia olhar para trás e perceber o mal que me tinha sido feito, o que deixei que me fizessem por estar completamente cega de amor...já não tinha vontade permanente e inexplicável de chorar, até me esquecia de querer ficar em casa, conheci novas pessoas e estava mais "open minded" quanto ao relacionar-me com as pessoas (não em termos de namoros mas de relações de conhecer-se, amizade, etc.).
Pensei que as coisas estavam no bom caminho quando conheci o G. mas tinha a consciência de que ainda estava longe de estar pronta para uma nova relação e arriscar tudo com isso.
Por essa razão é que fiz questão de termos permanecido como duas pessoas que ainda se estavam a conhecer e a ver como as coisas corriam primeiro, como nos sentíamos um com o outro, etc. e não começarmos logo a namorar como, em circunstâncias normais para mim, seria. A verdade é que a nossa relação só não era "oficialmente" de namoro porque agíamos como namorados.


O que eu sinto por ele hoje, depois da conversa e decisão de quarta feira, é o mesmo que sentia quando regressei das férias de verão e estava praticamente decidida a oficializarmos a nossa relação. Porque já sentia que era um namoro "a sério" e, portanto, não fazia sentido continuarmos assim.
Eu não sei o que aconteceu para que estes fantasmas me viessem assombrar de novo e nem sei bem quem são estes fantasmas, para ser muito sincera. Sinto-me muito perdida, sem saber o que fazer ou esperar e confusa. Não consigo deixar de estar com ele, só com ele consigo falar e sinto que ele consegue "ver" o que estou a passar. Já pensei que o melhor seria não nos vermos mas, para além disso ser muito complicado para nós, não sei se seria melhor ou se adiantaria alguma coisa porque sinto que quando estou com ele consigo sentir o cheiro a uma calma e serenidade que perdi. Só com ele. E sinto-me bem, que não acontece quando não estou. Será isto apenas hábito de já o ter? Mas nós passámos, olhando para trás, mesmo nos conhecendo há 4meses e tendo sido tudo tão rápido e intenso, muito tempo longe um do outro/separados...
Quando terminei com o R. e passei uma fase em muito semelhante a esta, a única pessoa com quem era capaz de falar era ele (o R.) que era, no caso, a causa da minha dor e sofrimento, parte integrante do que me estava a acontecer e, por isso (e foi o melhor que fiz), decidi afastar-me, apesar de tudo, da única pessoa com quem conseguia falar. Tentei curar-me sozinha dessa vez, achei que tinha conseguido mas se voltou tudo outra vez é porque não foi bem assim não é?! E agora, devo afastar quem me pode "escutar" que é com quem eu consigo falar e chorar? Desta vez, já não é razão da minha dor...


Será que isto tudo é medo do compromisso ou de algo correr mal?
Juro que já não sei nem o que pensar e que não percebo nada.

7 comentários:

  1. Sugiro que ouças uma música, está no meu blogue nas Etiquetas A Minha musica do momento, Chama-se Flor do medo do DJAVAN... ouve! ;)

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  2. Olá! Vim cá parar por acaso, como tantas vezes acontecer quando me perco a ver blogues.
    Lamento que te sintas assim. Acredito que fomos feitos para sermos felizes e sorrir, portanto perceber-te "em baixo", triste e dorida deixa-me um triste. Por perceber que não te sentes bem contigo mesma. Lamento.

    Receitas? Fórmulas milagrosas de efeito imediato não há. Não tenho soluções instantâneas eficazes e duradouras. Mas tu tens. A solução para a tua angústia/tristeza/melancolia és tu mesma. Eu sei que isto parece conversa de livro de auto-ajuda. Mas pensa: quem te conhece melhor do que tu mesma? Quem sabe todos os teus segredos, medos, esperanças e desejos, desde os mais banais aos mais secretos? Tenta parar para perceber o que te aflige e porque motivo te sentes triste. Pelo que li no post és capaz de o fazer. Isso é bom! :)

    Se for necessário tira um tempo para ti. Um fim-de-semana para pensares em ti, na tua vida, no que sentes, no que te deixa alegre e no que te deixa triste.

    Do que sentes falta? Que pretendes para ti? e desse relacionamento que tens? Se não estás bem contigo, não vais estar bem com a outra pessoa.

    Ninguém dá o que não tem. Se não te sentes feliz, não vais dar felicidade. E a outra pessoa até te vai tentar ajudar, mas na verdade só tu te podes ajudar.

    Acredito que devemos estar com os outros como forma de partilhares a tua felicidade. E não como forma de seres tu mesma feliz. Temos de ser felizes connosco, aceitando-nos a nós mesmos da forma como somos. E se não gostamos de algo em nós, então temos o dever de mudar esse aspecto que nos traz sofrimento. Ver a felicidade no outro, estar com outra pessoa porque achamos que com aquela pessoa vamos ser felizes é como ir às compras para aplacar a dor da solidão: funciona durante um tempo. Mas esgotado esse tempo, o mal-estar continua.

    Tudo de bom para ti.
    Espero sinceramente que consigas sentir-te um pouco melhor contigo mesma.

    Ah! E desculpa o testamento. :$

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  3. Obrigada Sapo. Muito obrigada.
    Obrigada por cada palavra e pela força.

    Eu concordo com tudo o que disseste, especialmente com o facto de estar com uma pessoa para ser feliz. Não é isso que quero nem é isso que faço ou pretendo fazer. Não sei se fui suficientemente clara mas o que faço é, hoje em dia, estar só com as pessoas que me façam bem e feliz, ou pelo menos esforço-me por isso! :)
    Já aprendi, a vida ensinou-me, que só assim faz sentido.

    Neste momento estou muito triste e preciso muito de estar só e dar tempo para que as mágoas passem e as feridas cicatrizem, o tempo ajuda muito, também já aprendi.

    A minha dúvida é que existe uma pessoa (o G) que não posso ignorar, que me ama e está muito envolvido e se preocupa e ao mesmo tempo me tenta apoiar nisso mesmo: em ser eu mesma a "curar-me". E eu não quero, de todo, é a última coisa que quero que aconteça, que ele se magoe por eu estar a passar esta fase e ter de estar só e comigo mesma, sem poder sequer pensar nisso.

    Ele compreende e é sempre a primeira pessoa a dizer-me isso, que eu preciso de estar só, que só eu posso curar-me (sozinha é que tenho de o fazer) e que eu é que importo e não tenho de me preocupar com ele. Mas é inevitável, gosto muito dele e preocupa-me e deixa-me triste ser causa de qqr dor ou sofrimento embora saiba que ele tem toda razão.

    Será que me devo afastar dele por mais que custe para evitar males maiores para ele? Mas ele não estar comigo e eu não poder ter o seu apoio será melhor ou só piorará as coisas? É isto que não sei...

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  4. M.R., obrigada, já ouvi e gostei muito, obrigada :)
    Beijo enorme

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  5. Nada para agradeceres. Mas se fizeres questão, saber-te melhor é o único agradecimento que gostaria de receber teu.

    Não te conhecendo e não sabendo mais do que aqui leio, é difícil dizer muito mais do que o já te escrevi.

    As questões que colocas são pertinentes. E tal como te disse antes, tu tens a resposta para elas dentro de ti. E tu sabes isso. Tanto sabes, que provavelmente a dor que sentes e a vontade de chorar que tens tido será um sinal dessas mesmas respostas. Repara: se tu achasses que a solução passava por continuares com esse teu amigo, não te sentirias angustiada ao ponto de chorares desalmadamente. E ao contrário do que dizes, não creio que te devas afastar para evitares males maiores para ele. Provavelmente deverás afastar-te para evitares males maiores para ti. Para que não caias no erro de empurrar os problemas para a frente, em vez de te ocupares e procurares de vez resolver as causas desse mal-estar e desses problemas e situações que te deixam mal.

    Perguntas se ele não estiver contigo se vai ser melhor ou pior. Não sei. Nem acho que isso seja o mais importante. Acima de tudo tens de tratar de ti: de ordenar ideias, assentar um pouco, pensares no que queres para a tua vida e de que forma pretendes construir esses projectos/ideias/objectivos. E definir prioridades. Seguindo a regra dos três Pês: pouco, possível e pequeno. Para que te seja mais fácil atingires esses objectivos. Para ires reforçando a tua autoestima. Para que te vás sentindo um pouco melhor contigo mesma. E aos poucos tomares consciência de que muito do sofrimento que vives e experimentas não tem fundamento, não tem razão de ser nem faz sentido.

    Estou certo que és melhor pessoa do que aquilo que achas que és. A vida é um desafio constante. Lança-te! Trata de ti! Só assim a poderás desfrutar mais e melhor.

    Qualquer coisa, dispõe. No meu blog tenho um email, se quiseres e entenderes necessário.

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  6. (tinha enviado um mas penso que deu erro, vou voltar a escrever)

    O G se te ama como diz continuará à tua espera, por isso tira um tempo para ti como já referiste várias vezes, mas não é só um fim-de-semana, é um mês, 2 meses, o que for preciso! Não tenhas medo ou vergonha de chorar. Chora até não poderes mais, isola-te se for preciso. O mundo continua lá fora.. de que vale sair obrigada com um sorriso falso? E não tenhas medo de perder pessoas.. desde que te encontres no fim, pois só se afasta quem não interessa e só assim te farás feliz e felizes aos outros! Sério, encontra-te, corta, sofre o tempo que for preciso mas no fim que seja a valer! Tens uma vida pela frente.. não a queres continuar com isto do "se", não abrir mão, não magoar e depois viver sempre na dúvida pois não? Força!

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  7. Muito obrigada aos dois pelas vossas palavras.

    Eu sei que tens toda a razão, Bid. E será o que tentarei fazer. Já deixei de tentar parecer bem, não tenho de fingir...nem faço questão disso, não sou assim, sou muito genuína.

    E sei que isto passa tudo por mim e por mais ninguém, por mim própria, por eu mesma. E é nisso que tenho de me concentrar para ficar bem, é o primeiro passo e o essencial, Sapo!

    Sei que a aposta tem de ser feita no EU que está tão mal tratado neste momento, no EU e em mim mesma. Sei disso e é o que estou a tentar fazer. Por mais que custe ou não seja fácil é o que farei, ou pelo que me esforçarei neste momento.
    Para isso, já percebi, terei de me rodear apenas de quem me faça bem e estar só, muitas vezes, só estar comigo mesma que é o que é preciso para serenar a alma.

    Obrigada! :)

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Obrigada pelas tuas palavras!

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