E como não?
Acordei com a sensação de que, desde o momento em que me deitei, todas as horas foram passadas a teu lado. Sonhei que estávamos de novo em Roma, que havia uma multidão imensa e nós queríamos jantar. Esperámos, observámos à nossa volta, trocámos olhares cúmplices e rimo-nos, ponderámos ir aqui ou ali jantar e esperámos numa fila imensa mas que, talvez por estares a meu lado, passou a voar.
A última coisa que me lembro antes de acordar é de já estarmos sentados
no restaurante à espera de sermos atendidos. Olhando com atenção à nossa volta,
para tudo o que acontecia e, mais uma vez, trocando sorrisos tímidos e palavras
cúmplices.
Quando acordei já não estavas e só restava eu, sozinha naquela cama,
abraçando contra o peito a camisola que me deixaste. Na minha cabeça só
conseguia ouvir Agarra-me esta noite do Pedro Abrunhosa. E não podia ser mais
adequada. Quis acreditar que me disseste em sonhos para dormir enquanto
sonhava contigo porque é a única forma que tenho de te sentir/ter perto de mim. Agarra-me esta noite, que amanhã não estou aqui alertaste-me porque de manhã,
quando acordasse, deixaria de estar contigo como no sonho…
E assim foi. Hoje acordei, sem ti.
Este meu subconsciente surpreende-me e intriga-me...
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