sexta-feira, 4 de maio de 2012

Quando a distância nos aproxima


Confesso que pensei, praticamente esperei, para ser sincera, que o facto de me vir embora por uns meses nos afastasse. Que tu não me quisesses tanto, que te esquecesses de mim, que tudo mudasse em relação aos teus sentimentos e que os meus se clareassem, que nos desprendêssemos... Imaginei que ao estar longe tanto tempo nos distanciássemos e acabássemos por ir cada um para o seu lado, seguíssemos caminhos diferentes, separadamente. Para dizer a verdade quase o desejei secretamente, no mais profundo e escondido do meu ser. Se calhar estava só a tentar não dar importância. Se calhar era só o meu medo a falar mais alto, as minhas reservas, a (ainda) incapacidade do meu coração.

Ao invés disso, toda esta aventura, toda a dificuldade de estarmos perto fisicamente aumentou de forma impressionante a nossa proximidade emocional, pessoal, afectiva. Nem sei explicar. Todos os obstáculos que conseguimos contornar para permitir uma presença na vida um do outro são inacreditáveis. 

A verdade é que (como tudo connosco, desde o primeiro dia), aconteceu tudo da forma mais natural e espontânea, nem me dei conta do que se passava. Do "esforço" e empenho, da entrega, da dedicação e "trabalho" depositados em cada palavra, em cada mensagem, em cada telefonema, em cada preocupação, que resultaram, quase 3meses depois, numa (ainda) maior proximidade a todos os níveis, num maior conhecimento um do outro (defeitos e virtudes), numa certeza do quanto é ele o merecedor de um novo amor (tal como eu mesma, com alguém, precisamente, como ele!), numa maior confiança, num maior desejo de estar junto, numa maior vontade de estar perto, num projectar de um futuro, numa partilha cada vez maior, mais intensa e genuína.

Fizeste-me voltar a acreditar naquilo que defendia e defendi sempre no amor e nas relações em geral. Que, a um certo ponto, por força das circunstâncias, tanto questionei chegando mesmo a achar que talvez eu estivesse errada. Mas não, tu deste-me razão! A verdade é que, quando se quer, a distância, os obstáculos, as dificuldades, nada podem contra uma relação, seja ela qual for. Não quando ambas as partes se comprometem ao mesmo, acordam e pretendem uma mesma meta a atingir. Não quando ambos estão dispostos a dar de si tanto ou mais quanto desejem receber. Não quando há vontade, empenho, trabalho de equipa. Mas nós tivemos a vantagem de ser algo assim, tão natural, nada forçado, quase imperceptível, que foi acontecendo de mansinho, sem sequer me dar conta, sem "custar" absolutamente nada...

Não deve ser um verdadeiro esforço (enquanto fatiga) mas tem de haver vontade de um e do outro - porque não basta um, tem de partir de ambos, ser algo equilibrado, ou caso contrário acaba por resultar mal, corroer, magoar e entristecer!

Com tudo o que fizeste desde que cá estou, provaste-me o quanto bem me queres, como pode mesmo ser verdadeiro e genuíno tudo aquilo que dizes sentir por mim, porque mo fazes questão de demonstrar e provar, não apenas com palavras ou promessas mas com gestos e atitudes, com emoções e sentimentos que me provocas. Tens sido capaz de me fazer acreditar em ti e no amor que trazes contigo, todo e só para mim, em toda a sua essência e plenitude, desmedido. Conseguiste que eu te deixasse chegar mais perto, vir mais longe, com menos reservas, com menos medos.

Custa muito estar longe de ti, aliás, desde que cá estou que percebi o quanto bem me fazes, como me fazes falta e como era sortuda por poder estar a teu lado, todos os dias, tanto tempo, fazendo tantas coisas juntos, partilhando tanto, de bom e de mau... Mas estar longe, além de me ter feito dar mais valor a tudo isso, fez-me comprovar a pessoa maravilhosa que és e recordar como é verdadeiramente gostar de alguém, com tudo o que isso implica.


E, assim, a frase da imagem não podia fazer mais sentido.

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