quinta-feira, 2 de maio de 2013

Com o coração apertadinho



Neste momento tenho dois bebés para vigiar: o acidentado e príncipe da casa no quarto (Patanico - que finalmente voltou hoje para casa, ao final da tarde) e a mais novinha e princesinha na sala. Ambos a descansar, duas crianças que, em circunstâncias normais não param mas que estão a portar-se muito bem: quietinhos sem fazer asneiras, a dormitar. Tenho uma sopa ao lume e o portátil no colo. Tento manter-me alerta e vigiando um e outro (e a comida) para que ele descanse e ninguém se magoe. Estou sozinha em casa, ele teve uma reunião até tarde e anda à procura de medicamentos para o Patanico. Além disto tudo tenho ainda o coração bem apertado e pequenino porque me dói muito estarmos a passar por estas coisas. Principalmente vê-los passar por tudo isto (em boa verdade a mim nada de mal aconteceu): o meu amor e o pequenino. Nada disto é justo. O gato está tão fraquinho, espera-lhe um caminho longo de recuperação e não ganhou para o susto. Ele tem uma vida de doidos, contado ninguém acredita. Farta-se de trabalhar, corre de um lado para o outro, mal dorme, faz trinta por uma linha para conseguir pagar as contas todas e manter o pequeno T1 alugado que lhe concede independência. Com a cirurgia do Patanico tive de ajudar porque ele, pura e simplesmente, não tem como ter tanto dinheiro para entregar ao veterinário. É absurdo o valor que se gastou (e ainda não acabou, falta toda a recuperação)! Confesso que não sou capaz de não achar isto revoltante. Esta não é, de longe, uma das situações mais graves ou urgentes deste país mas é muito triste ver tudo isto acontecer ao nosso redor. É desanimador viver num país neste estado. Não há como não me ir abaixo sabendo da tristeza em que isto está e, pior, que não se prevê melhorias. Onde raio vamos parar e quando é que isto acaba de uma vez por todas?
1:38h, 2 de Maio de 2013

2 comentários:

  1. Como eu te compreendo. É mesmo revoltante. Enquanto uns lutam dia após dia por uma vida que já nem digo ser razoável, mas uma vida suficientemente estável para poder pôr comida na mesa para os filhos, pelo menos...outros andam mais preocupados com as suas reformas de milhões e ainda têm o descaramento de dizer que é pouco para eles... E quem diz reformas, diz tudo o resto... Desde um monte de carros estupidamente caros, a contas noutros países e continentes...E um sorriso cínico na cara -.-'

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    1. Tens toda a razão Andy. Todos os dias (ou frequentemente) ouço, à minha volta, gente dizer "não tenho dinheiro" e "isto não está nada fácil", "estou em contenção de despesas" e etc e tal mas se for preciso compram o último telemóvel topo de gama, vão comprar as suas roupas e calçado de marcas a "ótimos preços": 70€, 80€,... que pechincha! -.- e eu penso "se tivesse esse dinheiro ia mesmo gastá-lo com "luxos".
      Trazem a comida de casa dizendo que não há dinheiro para gastar mas vão jantar e almoçar fora a todos os restaurantes novos que abrem, com direito a vinho, entradas e sobremesas SEMPRE.
      Depois há os dilemas irresolúveis como "qual será o meu próximo investimento? Fazer uma encomenda pela internet, naquelas lojas a que ninguém tem acesso (para ser única) ou comprar um telemóvel novo (quando o último que comprei foi há 6meses) já que não gosto muito do meu?" E anda uma pessoa às voltas para ter dinheiro para pagar as contas e, se tem o (real) azar de furar um pneu ao carro (velho) que é indispensável no dia a dia(para poder ter 3 trabalhos e faculdade), vê-se grega para ir comprar um (recauchutado que é mais barato) ao sítio mais em conta... Enfim -.-

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Obrigada pelas tuas palavras!

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