sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A força humana


Num destes dias vi um senhor sem boca.

Vinha à minha frente no metro e eu não pude deixar de lamentar aquilo por que deve ter passado e o que deve ainda implicar aquela sua condição. Por mais que saibamos que estas coisas acontecem e podem acontecer com todos nós ou qualquer um, por mais que não devamos dar tanta importância ao que vemos nos outros, eles têm esse direito...não consegui deixar de ficar perplexa com o que estava diante dos meus olhos. Um homem perfeitamente normal, com bom ar, mas sem lábios. No lugar deles tinha apenas uma abertura, que deixava ver o interior, a sua língua... 

E é nestes momentos que nos sentimos pequeninos. Em que sabemos que somos um pontinho minúsculo num mundo imenso.

Não posso sequer imaginar o desafio que deve ser algo assim acontecer na nossa vida, mal posso acreditar que hajam forças para enfrentar situações assim tão delicadas e difíceis (e isto aplica-se a muitíssimos casos e circunstâncias). Realmente, o ser humano encerra em si tamanha força capaz de mover oceanos e montanhas. Infelizmente nem sempre usamos as nossas forças no sentido certo, naquilo que poderia ser positivo. E na maioria das situações só nos descobrimos (ou descobrimos a força que somos capazes de encontrar no nosso íntimo, dentro de nós) nos piores momentos.

2 comentários:

  1. É triste quando só nos valorizamos e agradecemos o que temos perante situações como a que referiste. Todos os dias temos um drama diferente que, comparado com muitas pessoas, não tem qualquer importância, no entanto, não deixam de ser os nossos problemas.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pois é, só nestes momentos e perante a "grandeza" dos problemas e obstáculos dos outros é que nos damos conta de como somos "drama queens" todos os dias (muitas vezes sem fundamento) ahahah. Foi logo nisso que pensei!

      Eliminar

Obrigada pelas tuas palavras!

Dois anos volvidos

 A última publicação aqui foi em 2020...será que ainda sei como isto se faz? Será que ainda está por aí alguém? Não foi isso que me incentiv...