quarta-feira, 27 de abril de 2016

Quando as pequenas coisas parecem gigantes

Nunca me considerei incapaz. Tenho, como qualquer ser humano, as minhas limitações e receios mas tento sempre acreditar que sou capaz, de fazer aquilo a que me proponho, de terminar o que comecei, de chegar onde desejo estar, de atingir o que almejo. Por mais que enfrente dificuldades e obstáculos, tento não desanimar e sou persistente. Ah isso sou! Por tudo isto já fiz muita coisa nos meus vinte e tal anos de existência. Não considero que sejam grandes coisas mas tenho consciência de que para mim, ter conseguido fazê-las, foi importante. Ou porque me superei, ou porque aprendi algo novo (quase sempre!) ou porque simplesmente ganhei uma experiência. Isto vai desde a mais insignificante tarefa de limpeza à mais complexa de escrever e defender uma tese. Tenho perfeita consciência de que nem sempre faço as coisas da melhor forma mas a verdade é que dou o melhor de mim, tudo o que me é possível, naquele momento da minha vida e faço-o, superando barreiras pessoais.


Isto tudo para dizer que ontem, o facto de ter ido aos correios, fazer um favor, fora de horas, ao meu patrono, me fez sentir muito bem e deixou feliz. Mesmo depois de ter passado a tarde a corrigir um trabalho que fiz para o escritório e ele ter saído, sem grandes reparos do meu patrono, quase que senti como mais importante aquela missão tão simples de ir aos correios, despachar algo que era necessário e urgente naquele dia. Senti-me útil e saber que posso ajudar, que tenho feito de tudo para que possam contar comigo só me sossega um pouco pois tenho feito o que me é possível. Tudo o que está ao meu alcance eu tento fazer, por mais que em certos momentos sinta que não sei nada, que não estou preparada para grandes responsabilidades ou desafios profissionais, que me falta prática, à vontade, conhecimento e experiência, que não percebo nada de nada, só posso descansar quando sei que estou a fazer o meu melhor. Que estou disposta a aprender, que quero ver como se faz, estudar, praticar, tentar, errar e melhorar, crescer e evoluir. Estou nessa disposição, ou não estivesse há mais de um ano e meio numa situação tão delicada, desconfortável e complicada de não ter qualquer rendimento e manter-me totalmente disponível para o estágio que escolhi fazer. Sim, foi opção minha e por isso não posso senão queixar-me de mim mesma. Há dias, semanas e meses muito, muito duros. Porque não ter uma ocupação certa, horários, remuneração ou perspectivas seguras é uma situação complicada. Mas nestes momentos em que as pequenas vitórias, as coisas mais banais me parecem grandes conquistas, eu tenho a certeza de que estou a fazer o que me é possível, a dar o que posso de mim e a tentar. E isso ninguém me pode tirar, aconteça o que acontecer.
Por tudo isto eu dou graças pela vida que tenho, mesmo pelos dias difíceis, até mesmo aqueles insuportáveis, fazem parte da nossa caminhada e são fundamentais para nos construir enquanto ser humano. Que tenhamos sempre a força para acreditar e tentar, por mais que custe, que apeteça desistir e que pareça impossível.

1 comentário:

Obrigada pelas tuas palavras!

Dois anos volvidos

 A última publicação aqui foi em 2020...será que ainda sei como isto se faz? Será que ainda está por aí alguém? Não foi isso que me incentiv...