quarta-feira, 11 de abril de 2018

PAZ(coa)

Este ano, como já é costume nas épocas festivas, na Páscoa, a minha sogra pretendia que nós nos adaptássemos ao que eles decidiram sozinhos, sem se importarem com a nossa vontade nem com o facto de também eu ter família. Já no dia do Pai, determinou como, quando e com quem era e nós "só tivemos de" concordar. Eu imagino se o meu pai também morasse cá: tinha de separar-me do meu marido para ele estar com o pai dele e eu com o meu! Faz todo o sentido! (NOT!)


Nós decidimos que faríamos o convite para irem a nossa casa - quer a família dele, quer a minha (que mora cá) e quem quisesse ia, quem não quisesse estava à vontade para não ir também. Já o tínhamos feito num Natal para evitar situações desagradáveis - a minha sogra convida-nos para ir a casa dela nas festas mas não quer saber que eu também tenha cá a minha mãe e não seja justo ser ela a determinar que estamos em casa dela em determinado momento. Se quer impor e sabe que tenho a minha mãe também e sendo que se conhecessem, parece-me natural que incluísse a minha mãe também no convite para ela não ter de passar só a época festiva em causa*. Se não quer, porque tem todo o direito a isso, receber a minha mãe na casa dela, pode aceitar o nosso convite e solução e vir a nossa casa passar a dita festa. Mas não, que a filha quer ir a casa dela, que talvez seja o último Natal lá, que vejamos bem e consideremos... Enfim!

Apesar de termos proposto que fossem a nossa casa, ela disse que não iria, para irmos à dela, "nem que fosse só lanchar" se quiséssemos. Eu já estava por tudo e como a minha mãe me tinha falado de talvez passar o fim-de-semana da Páscoa fora, eu até já tinha dito ao homem que faríamos a vontade à mãe dele e, olha, íamos.
Mas a minha mãe e o namorado insistiram tanto para que fôssemos com eles conhecer um lugar novo (que eu já há algum tempo estava para visitar), já tinham casa e assim podíamos partilhar gastos e ser mais em conta as "férias" que nós acabámos por ceder e na quinta-feira decidimos que na sexta viajávamos com eles. Assim muito francamente confesso que não soube bem a Páscoa, por ter sido mais "turístico", e não foi a situação ideal porque afinal fomos com a minha mãe e o namorado mas  sabem que mais? Foi um sossego!


Por mim, dadas as quezílias do costume associadas a estas datas, desaparecia sempre, só com o meu marido, para fazermos o que bem nos apetecesse, e não queria mais saber de nada nem mais ninguém. Não é que não valorize o tempo passado em família e/ou amigos mais próximos mas quando estas situações tornam épocas que deveriam ser de alegria, união e tranquilidade em disputas egoístas, não me peçam para participar. Até me dá a volta ao estômago. E assim foi a nossa Páscoa, passá-mo-la juntos, na nossa (muito própria) comunhão e até levámos connosco os gatos (pela primeira vez). Foi diferente. Mas foi bom. As pessoas esquecem-se que as suas atitudes trazem consequências e a família dele é sempre tão intransigente e tem assumido posições tão diferentes daquilo com que nos identificamos que só tem como consequência estarmos cada vez mais afastados deles... Estar em família não deveria ter nada a ver com disputas ou bolhas egocêntricas sem sentido. E muito menos deveríamos ter de nos "proteger" deste tipo de coisas.


*como aliás já quase aconteceu no primeiro Natal em que fiquei cá: a minha mãe estava sozinha e a minha sogra queria que lá fossemos (eu e o meu marido) passar esse dia mas não queria que a minha mãe nos acompanhasse. A solução? Eu fiquei sozinha com a minha mãe e o meu marido foi ter com eles sem mim.


Apesar de já vir tarde, desejo sinceramente que tenham tido uma:

5 comentários:

  1. Enquanto cada um vivia na sua casa, essas épocas eram passadas de forma mais simples. Cada um estava com a sua família o tempo que queria e depois lá ia um a casa do outro, conforme decidíssemos no dia. Agora que vivemos juntos, é diferente. Para mim, essa coisa de "tu vais estar com a tua e eu vou estar com a minha" não funciona. Estamos juntos, somos a nossa própria família, para onde um for o outro vai. Tenho amigos que, não se entendendo sobre como dividir as visitas à família nessas alturas, passam essas épocas separados porque vai cada um para a sua família de origem. Se funciona para eles, ótimo, para mim não dá. Não vou deixar de estar com o meu namorado nas alturas especiais porque as famílias são egoístas.

    Até agora, almoçamos sempre em casa da minha sogra ao Domingo e vamos várias vezes jantar a casa dos meus pais durante a semana (é mais perto e eles convidam, a minha sogra só convida ao domingo). Na Páscoa, almoçamos com os meus pais porque a sogra decidiu convidar no dia anterior, como se não houvesse já planos definidos antes (na família dele, as coisas decidem-se assim do pé para a mão, não dá para mim). Acho que ela ficou triste, mas ao menos aprendeu (espero) que tem que pensar nestas coisas com antecedência. Convidei alguns tios a tomar café cá em casa para verem a casa de uma vez e não ter que fazer frete depois e, à hora do lanche, fomos a casa dos pais dele e ficamos lá até ao jantar. Temo-nos dividido bem. Quando chegar uma altura em que ninguém se entende, convido todos para a minha casa. Quem quiser vir, ótimo, quem não quiser também não pense que somos nós a ter que nos adaptar aos planos que eles definem.

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    1. Pois, para nós essa hipótese de cada um ir para um lado já aconteceu mas não se volta a repetir no que depender de nós. Lá está, é como dizes: estamos juntos e somos, em primeiro lugar que todos os outros, a nossa família pelo que é assim que temos de passar todas as épocas, sejam elas o que forem.
      Mas nem sempre é tão linear. Por ex.: dia da mãe, como é ? Há sempre que se dividir, ex. almoço numa e jantar noutra. Mas isso já é aceitável embora para nós seja desgastante e implique fazermos viagens só por capricho e inflexibilidade de uma das partes (os pais dele são capazes de vir à cidade onde moramos propositadamente para estar com a irmã dele (solteira) e não se importarem em dizer-nos nada para nos encontrarmos todos para "não incomodar" mas quando querem que sejamos nós a estarmos com eles temos de ir nós a casa deles...(estás a ver a diferença de tratamento!). E são eles quem determina se é almoço ou jantar, se é fora ou dentro, se é lá ou cá...enfim, há muito pouca sensibilidade, respeito e consideração. E isso custa...lá está, faz com se perca a vontade de estar sequer com eles...

      Só de pensar neste stress quando e se existirem crianças recuso-me a permitir estas tretas! Nem pensar que sujeito os meus filhos a estarem "ou com uns ou com outros" -.- haja paciência! A solução é ser onde nós (nova família) determinamos e estão todos convidados. Quem quiser vir vem e quem não quiser paciência.
      Para mim seria lógico que eles já estando reformados e com a família "criada", fossem os primeiros a apoiar e compreender que uma família "nova" que até é resultado da deles (e portanto seria uma coisa "bonita" e em relação à qual ficariam contentes), decidisse assim as coisas.
      Não está nada em causa ser na casa de um ou de outro porque se fossem compreensivos fazia-se uma vez na casa de um outra na casa de outro mas como é sempre a puxar só para o lado deles, não há paciência.

      Enfim, nada que não se contorne :P

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  2. Tens toda a razão: estas épocas deviam servir para unir mais a família, não para proporcionar disputas e escolhas. Acho a tua solução muito conciliadora: juntares todos em tua casa. Pena que não se consiga aproveitar... Beijinho!

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  3. Caramba. Essas disputas familiares não fazem sentido nenhum! E juro que não percebo o porquê de a tua mãe não estar sempre incluída nesses convites. Que situação para vocês... :( Acho mesmo que fizeram bem em pensar primeiro no vosso bem estar!

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  4. Eu ainda estou para ver o meu marido sem mim por causa de caprichos e egoísmos... haveria de ser lindo.

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Obrigada pelas tuas palavras!

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