Julgava que já os tinha mandado todos embora mas dei-me conta que ainda tenho demasiados fantasmas dentro de mim e decidi que não
quero nem posso carrega-los mais comigo. Preciso de os fazer sair cá para fora,
todos os medos, os segredos, os sufocos, as perdas, as dores, as certezas
perdidas, a mágoa toda que me foi impingida.
As batalhas que travei sozinha, todas as lágrimas infinitas derramadas, os pequenos passinhos de bebé, um de cada vez, muito a medo, cautelosos mostram-me que já percorri uma grande parte do caminho mas apercebi-me que falta uma última etapa crucial e determinante para que possa arrumar tudo no sítio, dentro de mim.
As batalhas que travei sozinha, todas as lágrimas infinitas derramadas, os pequenos passinhos de bebé, um de cada vez, muito a medo, cautelosos mostram-me que já percorri uma grande parte do caminho mas apercebi-me que falta uma última etapa crucial e determinante para que possa arrumar tudo no sítio, dentro de mim.
Preciso de falar, preciso só de alguém que me ouça e
pergunte, puxe por mim para que eu conte tudo, tudo, duma vez por todos. Preciso
de esvaziar-me de tudo o que me assombra. Preciso de libertar-me de todo o peso
carregado no peito e na alma. Preciso que alguém me faça fazer isso e preciso
que esse alguém seja capaz de não me julgar, perguntar porque choro ou pedir-me
que não o faça.
Tudo o que passei, o que me aconteceu, a dor e sofrimento transformaram-me, fizeram de mim uma outra pessoa e ainda bem mas até que os expulse todos cá de dentro, nunca me deixarão em paz estes fantasmas e se há coisa que eu não quero para mim é viver a metade, a meio sentir a meio querer, a meia certeza, a meia felicidade ou alegria - se há pessoa que não quer isso numa vida (porque não creio ser isso um verdadeiro viver) sou eu!
Sei que hoje, desde há quase um ano e meio, já não sou capaz de entregar-me, de confiar, de estar tão perto de quem quer que seja como antes. Tenho sempre uma "distância de segurança" de tudo e todos com medo de me magoar, tornei-me fria, distante e tantas vezes até chego a ser insensível. E isto, embora seja bom por um lado, porque me protege, é-me contra natura. Eu não sou verdadeiramente assim, lá no fundo não o sou, tornei-me assim! E se não me "chego", aproximo da mesma forma às pessoas como poderei amar verdadeiramente, entregar-me e ser feliz?
Não quero voltar a passar pelo que passei e chegar ao ponto em que cheguei de estar completamente cega de amor que não via nada à minha frente mas quero de novo um amor genuíno como aquele, não tanto "um" amor mas amor genuíno, na minha vida, em geral. E sinto que não sou capaz de sentir "tanto". Preciso de ti, preciso tanto de ti para voltar a mim.
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