domingo, 8 de março de 2015

Dói saber

  • Que a minha irmã (mais nova) está a passar uma fase muito complicada, de indecisão, de dúvidas e se sente perdida e eu não puder estar ao seu lado para apoiá-la como precisa e merece e para poder ajudar, em tudo o que fosse possível.
  • Que o meu pai, que não vejo há mais de seis meses não está bem, a relação (já difícil) com a minha irmã já viu melhores dias e eu nada posso fazer porque estou longe e não tenho como ajudar em nada.
  • Que as despesas e gastos se acumulam e não param de aumentar à medida que o tempo passa. Que eu tenho, por isso, nos ombros uma grande responsabilidade e a obrigação de me sair bem na bateria de exames e provas que me esperam no final deste mês porque deles depende a minha carreira. Que tenho, também por isso, de mais uma vez adiar por tempo indeterminado a ida a casa e que a ginástica orçamental que se me impõe é maior do que aquela que me é (humanamente) possível fazer.
  • Que tenho a (porcaria da) tese parada, estagnada, em águas de bacalhau, sem conseguir avançar e despachar aquilo que faz o meu mestrado estar pendente.
  • Que consigo ser muito injusta com a última pessoa que merecia, a única que está sempre ao meu lado e que me apoia todos os dias, em todos os momentos e me dá amor incondicionalmente - ele. E eu tenho consciência de que muitas vezes acabo por descarregar nele e na nossa relação todas as angústias, os medos, as tristezas e as preocupações que me pairam no espírito. Mas eu amo-o mais que tudo, ele é o meu porto de abrigo e o único ser capaz de me fazer feliz nos momentos mais difíceis.
  • Que por mais que me esforce, que sinta que faço o que posso, que me aplico, parece nunca ser suficiente, não estar à altura e ser sempre preciso muito mais do que aquilo que eu sou capaz.


Há dias em que me sinto impotente, minúscula. Em que acredito ter atingido o limite das minhas forças, em que parece que cheguei a um beco sem saída. E dói demais não saber o que fazer para libertar o nó na garganta e o aperto no peito que me consomem.

1 comentário:

Obrigada pelas tuas palavras!

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