quinta-feira, 15 de maio de 2014

Já faltou mais

Ontem despachei um trabalho e, com ele, uma disciplina e isso já é motivo para me alegrar. Além desse, fiz a apresentação de um outro e agora me falta a parte escrita. Entrego-o para a semana e acabam-se os trabalhos. Ainda o tenho de fazer, a verdade é essa... mas isso são outros quinhentos.
Depois vêm os exames, o mês todo de Junho, começando logo no dia 2...ai ai ai! Nem posso pensar! Mas a verdade é que já faltou mais ...e isso só me pode deixar contente.
Mais um esforcinho que está quase!

Hoje acordei...

Com saudades da minha irmã...
Há dias assim.
Estive em casa no final de Março e agora só lá volto em Julho se tudo correr bem e ela não pode vir...

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Que motivação/incentivo?


A propósito deste texto, também na área que escolhi formar-me, são 4 anos de licenciatura + 2 mestrado + 3 de estágio (que não é remunerado muitas das vezes ou então, com sorte, pagam-nos 500€) durante os quais temos de pagar a inscrição e todos os exames da ordem dos advogados e sustentar-nos. A juntar a isto não temos garantias NENHUMAS de trabalho (nem de estágio que seja remunerado e, para exercer advocacia, temos de o fazer). E depois vemo-nos sem nada, com quase 30 anos a começar a trabalhar, porque tivemos montes de anos de estudo e investimento e pensamos "para quê?" quando um operador da ZON ou de uma outra rede de TV ou telecomunicações qualquer é capaz ganhar, sem qualquer formação!!!! 1500€ de ordenado base e ter uma vida (porque nas profissões ligadas à saúde e ao direito, e a outras que eu sem conhecimento de facto não enumero, passamos a vida a trabalhar, sem horários decentes sequer!). É desmotivante, triste e frustrante.
Este não é o país que eu quero para "criar" a minha vida. Nem este nem nenhum que assim seja!

terça-feira, 13 de maio de 2014

Já me dói o rabo.


Tenho dito. 
Já perdi a conta às horas a que estou em frente ao computador a tentar acabar um trabalho que deveria estar terminado desde ontem. Pois que nem fui às aulas hoje. Estou de molho
Nossa Sra. que me ajude!!!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Hello new (tough) week!

O fim-de-semana foi um bocadinho triste. Passei a maior parte do tempo em casa, até sozinha (ele teve uma actuação com o grupo no sábado à noite)...a tentar adiantar os dois trabalhos que tenho de entregar e apresentar amanhã e depois. Não consegui acabar nenhum e isso é que é pior...


Ontem ao final do dia fomos com a minha mãe visitar uma casa que está para compra ou arrendamento. A novidade é que há possibilidade de "arrendamento com opção de compra" que é o que o G. pretendia uma vez que só tem essa hipótese de "ter" uma casa neste momento. Gostámos imenso da casa. Está muito bem localizada, é espaçosa, tem três quartos, uma despensa, dois wc, um pequeno closet e uma cozinha e salas espaçosas. Basicamente só não tem duas coisas que adoraríamos ter: uma varanda ou marquise e uma garagem. No entanto, tem um pequeno espaço exterior e lugares de estacionamento não pago. A localização, apesar de nunca termos pensado nela, pareceu-nos bem e as áreas são óptimas para Lisboa. Está em muito bom estado de conservação, ainda que tenha algumas pequenas coisas que precisam de ser mudadas ou arranjadas - mas são coisas que se fazem aos poucos, algumas se possível e consoante o gosto de cada um, não são urgentes e a casa está mais do que habitável imediatamente. É uma casa de família há cerca de 30 anos (desde que está pronta).


Ficámos a sonhar com a possibilidade de agarrar esta oportunidade única mas implica muita, muita coisa...

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Doces recordações

Aquelas viagens de metro ou autocarro, quando o dia estava ainda a começar ou quando já estava quase no fim e ainda havia tanto para fazer, ao ir para o trabalho ou no regresso a casa, encostada a ti, a sentir-te perto...valem muito mais do que qualquer riqueza no mundo. E ficam na memória como doces recordações de um tempo, embora difícil, especial - porque estiveste lá e o passámos juntos. Obrigada meu amor.

Hoje é sexta feiraaaa!

Lalala lalalaaaa.
Sorriam!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Em jeito de confidência


Há uns tempos que comecei a sonhar com um casamento. O nosso. Sim, eu que até te conhecer não queria casar ou pelo menos achava-o, dizia-o. Talvez fruto do medo de mais um desgosto capaz de igualar o do meu ex-namorado. A verdade é que mesmo agora até tenho vergonha de admiti-lo e guardo-o mais ou menos em segredo no meu coração. Sim, já várias vezes falámos em casar e sabemos ambos que é o que queremos para nós mas nem a ti sou capaz de confessar o quanto o desejo...

Há algum tempo já que estar tão perto de ti como praticamente vivermos juntos (porque acabo por dormir todos os dias em tua casa para termos algum tempo nosso) é o que me faz mais sentido. Não só agora, neste momento, como para a minha vida. É verdade que, ao mesmo tempo, estas coisas me atormentam um bocadinho. Talvez mais do que devia ou era preciso mas eu não me sinto confortável com isto, não foi desta forma que sempre quis nem o que acho mais correto. Ou seja, para mim não é certo eu "morar" contigo agora, assim, quando só somos namorados, a casa é tua, não há planos em concreto para um futuro próximo, nada é certo - eu sempre disse que não moraria com ninguém sem casar porque para mim o casamento implica também isso e faz-me sentido "guardá-lo" para o casamento (o morar junto). Sim, chamem-me antiquada mas para mim, "juntar-me" não faz sentido. 

Mas será que tem de ser? Haverá algo "certo" ou será alguma vez errado estarmos a fazer o que o nosso coração nos manda? É que eu não me imagino a viver de outra forma, não seria já capaz, acho eu, mas, ao mesmo tempo, não me parece bem nem me sinto confortável com o que se passa na realidade. Por outro lado, casar contigo é só uma das coisas com que mais sonho hoje em dia e gostava tanto, tanto que acontecesse, é uma vontade tão grande que não sei explicar, mas não será demasiado cedo para andar a sonhar com isto? Afinal de contas nem namoramos assim há tanto tempo, apesar de nos conhecermos melhor do que ninguém, de já termos passado por tanto juntos e eu sentir que és o homem da minha vida e que o nosso amor é maior que tudo... Eu ainda sou muito nova e não temos nada que nos permita dar esse passo com alguma segurança mas será que para o amor serão essas coisas precisas?

Um fim de semana em casa

Foi a primeira vez que fui completamente de surpresa, sem que ninguém da minha família ou amigos soubessem. Foi só um fim-de-semana e ele foi comigo. Apesar das mil e uma coisas que tínhamos por fazer, dos trabalhos para apresentar e do que tinha de por em dia, ficou tudo em STAND BY (embora não me saísse da cabeça, o peso da responsabilidade) e deixámo-nos levar pela tranquilidade de uma escapadela para longe de tudo o que nos preocupava. 

Eu estava tão ansiosa que me deu para espevitar. Passei a viagem a falar, cheia de energia e não deixei o coitado do G. descansar nem um segundo, mesmo mortos de cansaço. Estava nervosa, tinha algum receio da reacção do meu pai - afinal ia chegar a casa com o namorado, a meio da noite - e do que pudesse correr mal com aquela aventura...enfim. Estava muito entusiasmada e incapaz de sossegar.

Pedimos ajuda aos pais da minha afilhada e foram buscar-nos ao aeroporto. O voo atrasou e chegámos já perto da 1h sendo que a minha irmã estava a dormir e o meu pai tinha-se deitado há pouco tempo. Quando cheguei à porta de casa liguei-lhe e atendeu-me com uma voz atordoada do sono, desculpei-me por tê-lo acordado. 
- É que eu preciso que o papá me venha abrir a porta...
- Porta...?! Que porta?
- De casa!
Apareceu-me à porta cheio de sono, despenteado e com os olhos pequeninos mas com um sorriso delicioso. Agradecemos e despedimo-nos dos nossos cúmplices que nos tinham levado a casa e entrámos desculpando-nos ao meu pai... "Não tens nada que pedir desculpa, foi uma surpresa boa!", disse-me.

No dia seguinte acordámos com o almoço já a ser preparado pelo meu pai. A minha irmã não estava, tinha ido trabalhar e nem a vi. Então esperei (pouco) que o G. acordasse, levantei-me cedo, ainda ansiosa desde o dia anterior, e depois de comermos fomos até à minha avó.

Também ela, quando nos viu nem queria acreditar (dias antes tínhamos falado ao telefone e ela perguntara quando lá iríamos e eu menti que não sabia, para guardar a surpresa). 


Estivemos algum tempo em família, sentindo o calor do seu aconchego, em dias tranquilos e diferentes, bem próximos da natureza, dos cheiros e sabores mais genuínos. Foi tão bom e viemos tão revigorados, apesar de cansados e (ainda) preocupados com o que tinha ficado por fazer... mas soube tão bem fugir da rotina e deixarmo-nos levar, sem grandes planos ou pretensões, sem horários ou imposições!

Dia caseiro

 
Hoje fiquei em casa. Duas das três aulas que tinha hoje foram canceladas então decidi não me dar ao trabalho de sair só para ter uma aula. É o que dá estar em casa dele, que é mais longe que a minha (que é em frente à faculdade), ia levar mais tempo a ir e vir de transportes do que a estar na aula. É que ontem fui pôr o carro a arranjar...
Tenho DOIS trabalhos para fazer, inteirinhos mas a verdade é que até agora ainda não fiz muito...ou não fosse eu. Vou procrastinando... Já apanhei roupa seca, pus mais a lavar, vou pôr pão a fazer para quando ele chegar (hoje mais tarde que o costume, que é dia de reunião) ter comida pronta e pão para os lanches de amanhã!
Em princípio o carro está pronto amanhã - esteve há duas semanas no bate-chapas e esta semana foi a pintar, sim passado tanto tempo do acidente mas quando me foi possível - estou mais que lisa e só o consegui com a ajuda do meu pai.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Há que ser prático


A decisão não foi nada fácil mas era aquela a que as circunstâncias obrigavam. Ainda não será este ano que vamos acompanhar a peregrinação, com muita pena nossa. Com dois trabalhos para entregar e apresentar no início da próxima semana que ainda não estão feitos, não conseguia cumprir prazos se não aproveitasse para isso o fim-de-semana. Agora é dar tudo para despachar esta maratona de trabalhos, não está fácil. Esta semana ainda falta um e depois esses dois na próxima.

terça-feira, 6 de maio de 2014


São as pequenas coisas, os pormenores, as "banalidades" se quiserem, que fazem a diferença. São as rotinas, os gestos, as "provas" inesperadas, as palavras. 

Há coisas que não se podem deixar de agradecer


Muitas vezes sinto-me uma pessoa verdadeiramente insuportável. Não consigo imaginar ninguém capaz de de não me bater com o que faço ou digo. Nem me passa, no momento da fúria, que existes tu e que estás sempre ao meu lado. 

Mesmo quando só estou a disparatar com tudo e todos à minha volta, implicando com tudo e mais alguma coisa. Já me conheces e lá me vais percebendo melhor do que ninguém. Esperas que passe e depois acabas sempre por me dar colo. Porque sabes que é disso mesmo que preciso: de ti.

Rotinas novas, hábitos e aflições


Em menos de nada, vimo-nos obrigados a adaptar-nos a toda uma nova realidade e rotina exigente. Durante mais de um mês era preciso fazer comida já a contar com o almoço do dia seguinte e preparar religiosamente dois lanches: um para cada. Passámos a levantar-nos muito mais cedo e, para isso, tivemos de nos obrigar a deitar muito antes do que costumávamos. De manhã custava sempre a sair da cama e era sempre à pressa e a correr que conseguíamos sair a tempo e apanhar os transportes. Sim, essa foi outra grande mudança: passámos a usar transportes durante toda a semana (excepto um dia, em que ele tem de levar o carro) e o carro reservamos para os fins de semana apenas. Para aproveitar o "incentivo" e estar mais um bocadinho com ele, apesar de não precisar sair tão cedo, saia de casa sempre com ele e apanhávamos juntos um autocarro, o metro e depois, na mudança de linha, separávamo-nos. Ao final do dia também nos encontrávamos no metro e voltávamos para casa juntos: um metro, um autocarro e pequeno percurso a pé. Levávamos sempre pelo menos uma hora nas deslocações ao final do dia. Eu era sempre das primeiras a chegar ao escritório e muitas vezes fui a última a sair. Deixei de conseguir passar em minha casa: se antes já lá parava pouco, então quando comecei a trabalhar desapareci mesmo. Ainda agora, tal como desde o início deste ano lectivo, se não ficar em casa dele a dormir acabamos por estar juntos muito pouco tempo e o esforço para nos vermos é muito maior, exigindo muito mais de nós.


Com isto ganhámos outro hábito: fazemos questão de sair ao fim-de-semana. Como durante a semana o poupávamos por andar de transporte e não fazíamos mais do que casa-trabalho todos os dias, começámos a dar passeios maiores aos fins de semana, não deixávamos de ir a algum lado, nem que fosse apenas num dos dias. Era a nossa única forma de fugir ao cansaço da rotina quotidiana de trabalho e o nosso escape fundamental para manter a sanidade mental.
Eu gosto das nossas rotinas e dos hábitos que ganhámos. Uns mais do que outros, é claro. Acho que nos fazem muito bem. Mas não posso ainda dizer que estou adaptada a eles...

Agora (que sai do escritório) deixei de usar tanto os transportes porque, como a faculdade não é longe de casa dele e posso lá deixar o carro, venho e vou assim, para ser mais rápido e prático (andar carregada não dá jeito nenhum). Os meus horários da faculdade são muito diferentes dos de trabalho dele, principalmente o início, pelo que não saímos juntos de casa quase dia nenhum mas há alguns em que espero por ele ou nos quais coincidem os finais de dia e regressamos juntos a casa. Continuo a ter de preparar os lanches no dia anterior e a providenciar almoço porque de outra forma não comia. E ainda é difícil articular tudo, falta sempre tempo e custa-me muito organizar-me em tão pouco tempo para voltar ao "modo" faculdade.
 
Mas já estamos em Maio e é este o mês mais complicado mas também é o último em que tenho aulas. Em Junho terei exames. Já falta pouco, por isso tenho de me mentalizar e motivar que este tem de ser o mês em que tenho de dar o máximo de que for capaz. Foi exactamente isto que motivou a minha saída do trabalho. 
Tenho consciência que "perdi" muito tempo da faculdade e agora não estou a conseguir acompanhar o ritmo a que estão os meus colegas. Tenho imensos trabalhos, testes e apresentações para fazer e não dou conta de tudo...mas vou fazendo o que consigo, como posso. É preciso muita ginástica. E só peço forças a Deus para não deitar tudo a perder no Mestrado.


Esta e a próxima semana são mesmo terríveis para nós e eu já estou a entrar em pânico, ainda mal a semana começou. É que este ano decidimos acompanhar a peregrinação e vamos a Fátima sábado e domingo. Por isso nem com eles podemos contar. Tenho a certeza que viremos estoirados do Fim-de-semana e isso está a preocupar-me tanto!!! Queria muito ir, já há tanto tempo, mas não sei se serei capaz de fazer tudo - tenho dois trabalhos, para os quais ainda não fiz nada, para entregar e defender daqui a menos de uma semana (terça e quarta)! E isto está a preocupar-me tanto!!!

Há dias, alturas, momentos...

...que custam muito.

I was here

Dá que pensar...

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Será seguro?


Ontem à noite, depois de ter passado o dia a torrar com tanto sol e calor e de não me imaginar a dormir tão vestida como andava a dormir (a casa dele é quente e tínhamos os pijamas mais frescos ainda encaixotados), tirei das caixas guardadas há meses as roupas mais frescas e, para economia de espaço, estivemos a arrumar algumas peças mais quentes. Arrisquei e algumas das botas já foram também guardadas e até, na loucura, já usei sandálias...vamos lá ver se não há mais partidas com o tempo. Parece-me que é desta. E por aí?

Ufa! Que canseira

 
Parece impossível que já estejamos em MAIO!!!
Eu nem tenho palavras para expressar a forma alucinante como o tempo tem passado mesmo diante dos meus olhos. Ainda ontem era Natal e início do ano, há dias ainda estava a acabar a licenciatura, no Verão e preocupada com o ingresso no Mestrado e num piscar de olhos já estou quase no fim do primeiro ano! Parece incrível.

Boa semana!


Depois do último de uma série de fins de semana prolongados, recomeça uma semana que será muito longa pelo menos aqui para os meus (nossos) lados. O bom tempo parece ter vindo para ficar e só é pena ter tanta coisa para fazer e não puder aproveitar para passear e estender-me debaixo do sol ou ir dar uns mergulhos. Vá, agora é preciso muita, muita força para levar esta semana para a frente como deve ser... Venham as boas energias! 

DIA da MÃE

Passámos o dia separados mas com as nossas mães como deve ser.
Acordámos tarde e fomos até casa da minha para um pequeno almoço tardio e reforçado como é costume. A surpresa foi o Cheesecake que fiz para lhe levar e felizmente, depois da preocupação daquilo não sair bem e apesar de alguns pormenores que não correram como gostaria, fez sucesso!
Depois disso, ele foi ter com a sua família e eu e a minha mãe fomos passear, só as duas, o dia inteiro por nossa conta.

Foi um dia de mulheres, descontraído, a ver lojas e roupas e a experimentar isto e aquilo. Deu para fazer bons achados em termos de peças e preços - fomos ao FREEPORT. Estava imenso calor, fizemos as coisas ao nosso ritmo, como nos apetecia sem pensar muito...conforme nos deixávamos levar. Almoçámos já tarde, depois de bater perna no shopping e conhecemos uma cidade nova, onde ainda não tínhamos ido. Mais lojas, mais montras, mais coisas diferentes. E regressámos à capital ao final da tarde, já o dia estava quase a acabar, sem darmos conta. Encontrámo-nos ao final do dia onde nos tínhamos separado: em casa da minha mãe onde ainda estivemos mais algum tempo.

E assim se passou um bom dia, embora com a sensação de falta e saudade dele que me deixou.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Jovem licenciada encontra emprego

Horário: das 9h às 19h, sendo que, se for necessário, deverá ficar até mais tarde.
Almoço: das 13h às 14h.
Salário: 485€
Tipo: recibos verdes.
Requisitos: Licenciatura e Inscrição na OA (cuja inscrição e exames deve passar e suportar os custos). Mestrado, factor preferencial.


Para chegar por volta das 9h, é necessário sair de casa pelas 8h, logo, no mínimo levantar-se às 7.30h - é enfiar qualquer coisa à pressa mas sempre formal porque esse é o dresscode do escritório, pegar nas coisas, pensar no que falta do lanche ou almoço porque ficou no frigorífico e sair a correr.
Sobe-se a rua, apanha-se o autocarro até à estação do metro, por volta de 10min. Apanha-se o primeiro metro que chegar e leva-se metade da viagem em pé, mesmo de saltos altos. Leva-se 25min, faz-se toda a linha azul (quase) e quando se sai do metro, ainda vamos a pé, mais uns 10min até lá chegar. Por vezes antes das 9h, quase sempre, já lá está e já só há previsão de sair depois das 19h. São, no mínimo, 10h por dia enfiada naquele escritório, com o dia a passar pela janela e o rabo enfiado na cadeira estragada, sem apoio de costas.
Além das 10h lá, perde-se mais ou menos 1.30h a ir e a vir. Depois de sair, faz-se todo o caminho de novo, em sentido inverso e chega-se a casa estoirado. Nunca antes das 20h30min. Quase sempre é preciso cozinhar, porque mesmo que ainda tenhamos comida para desenrascar um jantar a dois rápido, é preciso contar com o dia seguinte, mais propriamente com o ALMOÇO do dia seguinte que se tem de levar para o trabalho porque ir comer fora é completamente impensável, quer em termos económicos, quer em termos de tempo.
Depois de jantar ainda se dá ao luxo de poder sentar no sofá, recostados a ver a novela com os gatos (pobres bichos que passam o dia sozinhos em casa) para tentar abstrair-se do mundo em redor, selvagem e real lá fora. Não há capacidade para fazer mais nada. Não há! Mas quando há trabalhos da faculdade para entregar é preciso inventar capacidade para os fazer, obrigarem-se a ler o que têm pela frente e arranjarem capacidade para elaborar o que quer que seja para poder defender ou entregar aos doutores professores. 
É num instante que as horas se escapam e já passa da meia noite. Ainda temos de arrumar alguma coisa, no mínimo as coisas do jantar, e temos o lanche por fazer e preparar para poder sobreviver ao dia seguinte.
Lá se arrastam para a cama e dali a 6h já têm de se obrigar a sair da cama e voltar a repetir as proezas do dia a dia de um jovem (abençoado) licenciado no seu primeiro emprego.
E eu pergunto-me, como é que se pode ser financeiramente autónomo e independente com 485€? Mesmo sem ter filhos ou dependentes a seu cargo, uma renda na Grande Lisboa não é menos que 250/300€, as contas de água, luz e gás (sim, é impensável ter internet, TV, telefone fixo e qualquer outra mordomia porque significaria endividar-se ainda mais) rondam os 60€, mais 10€ para o telefone e 30€ para o passe já que se vai de transportes, sobram 135€. É o que fica para as extravagâncias que nos são permitidas. 135€ para comer e não deve sobrar nada. Mesmo indo a todas as promoções, aos preços mais baixos e com a alguma ajuda de amigos e familiares que sempre nos oferecem algumas coisas (graças a Deus!) que nos fazem não ter de gastar tanto dinheiro em bens alimentares. 
E se tiver de pagar uma propina, sim porque ainda se está a acabar o mestrado, ou tiver de comprar um livro ? Será 250€ para a propina, como vou comprar comida, pagar o passe ou mesmo as contas?
E não há como não estar agradecido pelo emprego que conseguimos nesta selva com o drama do desemprego.
Não sou capaz de acompanhar a matéria das aulas a que tenho faltado, não quero deixar de fazer o mestrado, até porque preciso dele e espera-me a inscrição na OA, que pressupõe pagar e muito e ainda frequência de aulas e, novamente, estudo. Preocupa-me a cada dia. Aquele é o meu objectivo afinal, a minha ambição e propósito. Mais do que me preocupar, angustia-me.
Mas é assim. Só posso estar feliz por ter o que tenho.
Acresce que não somos trabalhadores, somos "estagiários" mesmo trabalhando tanto ou mais que os outros, mesmo sendo tratados como seres inferiores e pessoas menores, mesmo não sabendo e tendo de estar em permanente pedido de ajuda a pessoas que estão quase sempre demasiado ocupadas para nos ouvirem sequer e muito menos têm paciência para nos esclarecer ou explicar claramente as coisas.
Sem falar de que, precisando de descontar para a SS, nem sei como poderá ser. Vou ter de pedir ajuda aos meus pais ao fim destes anos todos a ajudar-me também nos estudos? É triste, é tudo o que me ocorre: é mesmo muito triste.


Perdoem-me, é só um desabafo.

Dois anos volvidos

 A última publicação aqui foi em 2020...será que ainda sei como isto se faz? Será que ainda está por aí alguém? Não foi isso que me incentiv...